Condicionamento animal e treinamento animal – Aprendendo a diferença


Você sabia que ensinar uma ave a cantar e um cachorro a entrar na casinha de transporte são coisas bastante diferentes? Apesar de ambas as atividades terem como objetivo a resposta do animal a algum estímulo nosso, os atos possuem certas diferenças, principalmente com relação ao seu propósito final.

O Treinamento

Tem como objetivo, por exemplo, induzir o animal a desenvolver hábitos que podem ter o princípio de uso antrópico, como é o caso de equinos para transportes ou cães para atividades de busca de drogas escondidas ou pessoas em algum tipo de desastre. Outras utilizações também podem ser constatadas para entretenimento, como o de orcas e golfinhos que aprendem acrobacias ou aves de estimação que aprendem a reproduzir um determinado som ou cantar uma música.
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Na grande maioria dos casos, o treinamento busca desenvolver no animal um hábito pouco ou não natural, sendo este um fator diferencial importante. É muitas vezes considerada uma arte milenar, por necessitar de extrema sensibilidade e conhecimento do treinador e carregar técnicas passadas de geração em geração.

Condicionamento 

Vacinações, manejos de rotina, transporte, monotonia do cativeiro e outras situações semelhantes são um grande desafio para os animais (silvestres ou domésticos) e seus cuidadores. O condicionamento é uma ferramenta muito utilizada em zoológicos e centros de reabilitação, que busca desenvolver um hábito de proximidade do animal com sua rotina de cuidados.
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Estas técnicas visam diminuir a ociosidade e o estresse em cativeiro, que são grandes contribuintes para o desenvolvimento de complicações na saúde. Outra vantagem é para o cuidador, que tem dificuldades com o manejo e aproximação sensivelmente reduzidas. Utilizando esses princípios, os animais são ensinados a contribuir voluntariamente no desenvolvimento de suas atividades, como por exemplo, dando a pata para coleta de sangue ou entrando sozinhos em suas gaiolas ou jaulas. 

Pesquisas frequentes são feitas para garantir que as atividades são possuam um impacto no comportamento natural dos cativos, evitando que contribuam para algum tipo de dependência de cuidados humanos ou interferência em outras atividades.

A falcoaria: união entre os dois métodos

Com relação a diminuição da ociosidade, a falcoaria também é uma grande aliada, e mesmo sendo considerada um treinamento, também pode contribuir muito no condicionamento animal. A técnica desenvolve uma relação de fidelidade entre a ave e seu dono, permitindo que esta voe livremente e supra suas necessidades naturais, mas saiba o caminho de volta para o humano e o faça por vontade própria. Atuando com controle de fauna nociva, pode ser considerada um treinamento, mas alguns países estão experimentando as técnicas dessa atividade para exercitar e dar um pouco mais de liberdade a outros tipos de aves, como araras e papagaios (que na natureza podem voar mais de 60km por dia).
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Vale lembrar que esta diferenciação não indica que devemos escolher um lado, ou negar o outro. O Treinamento de cães para resgate de pessoas em desastres são de extrema importância e ajudam a salvar vidas graças às habilidades que apenas esses animais possuem. Já no segundo caso, oferecer ao animal uma rotina diferenciada, praticidade nas suas atividades diárias e mais liberdade contribuem de forma sensível em sua qualidade de vida. Os termos são comumente confundidos pelas pessoas, e na verdade não possui nem mesmo um significado concreto que diferencie essas duas palavras, que possuem muitas interpretações dependendo do ângulo pelo qual estamos a abordando. Com esse texto espero ter ajudado a esclarecer alguns detalhes e contribuir para o conhecimento de todos. Até a próxima!

Créditos: Silvestre Ambiental, Biologia para Biólogos e Zoo Pomerode.
Imagens: Pinterest e Google

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