Guia básico para cultivo de orquídeas


Atenção! este guia mostrará como cuidar das orquídeas comumente encontradas à venda em floriculturas e orquidários de nosso país, porém, sempre há exceções, que serão abordadas mais a frente.

Uma coisa importante a se saber é o que significa o epifitismo, sendo ele a relação comensal entre duas plantas ou algas na qual uma vive sobre a outra utilizando-se apenas de apoio e sem dela retirar nutrientes e sem estabelecer contato com o solo.

Para cultivar orquídeas epífitas comumente encontradas a venda, como Phalaenopsis, Oncidium, Dendrobium e Cattleya, é necessário seguir algumas regras básicas, tais como:
  • Iluminação: as orquídeas epífitas vivem sob a proteção das copas das árvores, que retém grande parte da luz solar direta e permitem apenas uma iluminação mais suave para as orquídeas. Logo é preferível mantê-las em um sombreado de 50% (seja por ripado ou sombrite). Caso não seja possível realizar um sombreamento como esse, elas devem ser colocadas em lugares onde o sol não bata diretamente e forneça apenas iluminação natural indireta.
  • Regas: devem ser regadas em intervalos de 3 dias (para estações mais quentes) ou de 5 dias (para climas mais frios). Elas devem ser regadas preferencialmente no início da manhã para evitar que haja acúmulo de água em suas folhas por longos períodos, o que pode causar doenças. Tanto regas excessivas quanto a falta de regas podem atrapalhar o desenvolvimento de sua orquídea.

Vasos

 Vaso de plástico (esquerda) e de cerâmica (cireita)
Presas em um tronco (esquerda), colocadas em cachepots de madeira (direita)
  • Cachepots de madeira tem uma grande eficácia em orquídeas por fornecerem uma grande aeração e drenagem do substrato. Também é útil para poder suspender orquídeas que lançam sua haste floral para baixo, ficando pendida. 
  • Os vasos de plástico são mais leves, fáceis de transportar e conservam melhor a umidade. Porém pode ser necessário fazer alguns furos grandes em suas laterais para fornecer a aeração necessária ao substrato e as raízes.
  • Vasos de cerâmica absorvem e posteriormente eliminam a umidade do substrato, o que pode ser um problema ou uma ajuda, já que nesse processo ele resfria o substrato. Para que eles possam ser usados é necessários que possuam furos em suas laterais para que possa haver aeração do seu interior. São mais pesados do que os de plástico, por isso atrapalham um pouco caso haja a necessidade de transportar a planta.
  • Troncos ou galhos de árvore também são uma ótima opção para cultivar orquídeas, pois neles elas se desenvolvem mais vigorosamente e precisam de muito menos cuidados. Futuramente irei ensinar como cultivar orquídeas em troncos.
Obs.: Caso o vaso escolhido seja alto, é recomendado a adição de material drenante (pedra brita, argila expandida, etc) em 1/3 da altura do vaso para evitar o apodrecimento das raízes.
  • Substrato: os substratos utilizados para cultivar orquídeas são muito diversos, mas tem que possuir as seguintes funções: dar suporte a planta, fornecer uma boa aeração das raízes, não ser compacto, reter umidade (mas não excessivamente!) e ser inerte, ou seja, não fornecer nutrientes para a planta. Existem diversos tipos de materiais que, isoladamente ou em conjunto, são utilizados para formar substratos para orquídeas. São eles:
  • Materiais de origem mineral ou sintética: isopor, perlita, pedra brita, argila expandida, pedra de quartzo e etc.
  • Materiais de origem vegetal: fibra de coco, musgo esfagno, casca de pinus, casca de arroz carbonizada, carvão vegetal e etc.
Um bom exemplo de substrato comumente usado e eficaz é o seguinte:
musgo esfagno + chips de coco + carvão vegetal + casca de pinus

Atenção: nunca utilize terra como substrato no cultivo de orquídeas epífitas!
  • Aeração: esta é uma regra chave, indispensável para evitar inúmeras doenças. Sempre mantenham suas orquídeas com uma certa distância umas das outras para permitir a passagem de corredores de ar entre elas. O excesso de proximidade pode atrapalhar a ventilação delas e acumular umidade, o que é um grande causador de doenças. Lembre-se sempre disso: umidade + falta de ventilação = fungos
  • Adubação: na natureza, as orquídeas se nutrem de restos de matéria orgânica que se dispersam pelo ar e se acumulam nas árvores onde elas vivem. Porém, quando são cultivadas em casa e em vasos, a adubação se torna indispensável por conta de seu substrato não fornecer nutrição a planta. Nesse caso você pode optar por adubos comerciais ou caseiros. Como já ensinei a fazer e utilizar adubos caseiros, basta acessar os outros posts para conhecer mais sobre eles!

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