Os micronutrientes


Os micronutrientes são minerais assim como os macronutrientes, porém diferenciam-se pela sua quantidade requisitada, sendo menos utilizados pelas plantas. Eles são:
  • Boro (B): Não existe completa certeza sobre a função do boro nas plantas, porém estima-se que ele atue na reprodução sexuada, desenvolvendo o pólen, formando raízes, formando a parede celular junto com o cálcio (Ca), metabolizando carboidratos, sintetizando fitohormônios e transportando açúcar através da seiva. No caso de falta de boro os pontos de crescimento sofrem deformação e morte, como na falta de cálcio, as folhas e frutos também sofrem deformações, e as raízes sofrem rachaduras. As hastes das plantas ficam quebradiças e o espaço entrenós (espaço entre um galho e outro) diminui. Em caso de excesso a planta fica intoxicada e a borda das folhas podem sofrer descoloração e até morrer.
  • Cobre (Cu): Constitui os cloroplastos e atua na fotossíntese, respiração, fixação do nitrogênio, distribuição de carboidratos, síntese de proteínas e da parede celular. Ele também é importante na resistência às doenças. Baixos níveis de cobre provocam deformação e amarelecimento das margens das folhas novas, que acabam se curvando para baixo, e também alteram os frutos, que nascem pequenos e deformados. O excesso de cobre intoxica a planta e danifica as raízes. A absorção de cobre pode ser afetada negativamente com o aumento do pH (alcalinização do meio) ou com o aumento da concentração de zinco.
  • Cloro (Cl): É essencial no processo de fotossíntese e também atua regulando os estômatos (estruturas localizadas principalmente na epiderme inferior das folhas, que formam um canal para a troca de gases com a atmosfera e a transpiração vegetal) e aumentando a hidratação da planta. A carência de cloro causa clorose (amarelecimento) na folhas mais novas e faz com que elas murchem. Altos níveis de cloro intoxicam a planta e queimam a borda das folhas mais velhas. O excesso de cloro também interfere na absorção de outros ânions (íons negativamente carregados) como os nitratos (NO3).
  • Ferro (Fe): O ferro possui um importante papel na fotossíntese, na formação de clorofila, na respiração e na transferência de energia. Sua falta ocasiona a perda da cor verde na folhas mais novas por conta da falta de clorofila, que pode evoluir e descolorir todas as folhas. Esses sintomas podem ser confundidos com a falta de enxofre, manganês e magnésio. Em meios alcalinos (pH maior que 7,0) e com o excesso de outros elementos como manganês e fósforo, a absorção de ferro se torna reduzida.
  • Níquel (Ni): O níquel atua na metabolização do nitrogênio, impede que  teores tóxicos de uréia se acumulem na folha (quando feita adubação foliar com uréia), atua na absorção e metabolização do ferro e tem papel importante na resistência a pragas e doenças. A falta de níquel pode diminuir a germinação de sementes de grãos e causar a necrose (morte) de folhas pelo acúmulo de ureia. Seu excesso pode causar falta de ferro para a planta, e consecutivamente a clorose das folhas, reduz o crescimento das raízes e da parte aérea (parte que fica fora do solo) e causa deformação em várias partes da planta.
  • Molibdênio (Mo): O molibdênio é essencial para a planta, pois atua na respiração, na fixação de nitrogênio pelas leguminosas e pela sua metabolização, também atuando no desenvolvimento do grão de pólen. Sua falta causa o amarelecimento e deformação das folhas novas e apenas deformação nas folhas velhas, causando também diminuição do crescimento. Nas leguminosas ele causa deficiência de nitrogênio por conta da diminuição da fixação realizada pelas bactérias que é essencial a planta. Casos de excesso de molibdênio só ocorrem em regiões de extração desse mineral, e mesmo assim não apresentam sintomas conhecidos visíveis.
  • Manganês (Mn): Suas funções são, em geral, similares às do ferro. Ele atua na fotossíntese, desenvolve as raízes, ativa enzimas e realiza a fotólise (decomposição química a partir da incidência de luz) da água. A falta de manganês causa a planta o amarelecimento das folhas mais novas, que também podem apresentar pontos ou manchas secas. Esses sintomas são similares a falta de magnésio, porém a falta de magnésio afeta primeiro as folhas mais velhas e a falta de manganês afeta primeiro as folhas mais novas. O excesso de manganês pode haver em plantas cultivadas em solo rico em húmus e de pH ácido, seus sintomas são: manchas marrons nas folhas ou secamento das bordas. Os sintomas de deficiência de manganês podem ser confundidos com os de deficiência de ferro, então é recomendado uma análise foliar para saber a origem exata do problema (como é em vários outros casos).
  • Zinco (Zn): O zinco foi um dos primeiros micronutrientes identificados, e isso mostra sua importância para a planta. Ele atua em atividades enzimáticas, na síntese (fabricação) e conservação de reguladores de crescimento para a planta (as auxinas). Em caso de deficiência de zinco, as folhas velhas apresentam clorose, e a planta tem seu crescimento afetado, apresentando folhas menores e o espaço entrenós (ou internódio) diminuído, criando um crescimento em forma de roseta. Temperaturas baixas, excesso de umidade no substrato, pH elevado (alcalino) ou excesso de fósforo podem causar deficiência de zinco. O excesso de zinco pode causar uma coloração avermelhada no pecíolo (haste que liga a folha ao caule ou ramo) e nas nervuras. Também pode diminuir a concentração de ferro utilizado pela planta e causar a clorose das folhas.
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Agora que já conhecemos todas as necessidades nutritivas de uma planta e a função de cada elemento necessário para seu pleno desenvolvimento, podemos acompanhar melhor o desenvolvimento e saúde de nossas plantas e seguirmos para o próximo assunto, que irá tratar sobre os adubos.

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